quarta-feira, 18 de junho de 2008

Primeiro, eu saio do trampo e passo no supermercado para comprar fraldas. Aí, compro pão, suco, doce de leite e leite. Pago e vou embora. Sem as fraldas. Chego em casa e constato a cagada (ou melhor, a cagada que estava por vir). Sem uma fralda no pacote, torço para que elas não sejam necessárias durante as próximas duas horas, quando maridón chegaria para me salvar. Mas, como pão de pobre sempre cai no chão com a manteiga para baixo, é óbvio que bebéia olhou para mim, se encaminhou para o sofá, levantou-se sorrateira, fez um leve esforço que deixou suas bochechinhas vermelhas e pronto: a merda literalmente estava feita. Liguei correndo para a farmácia do bairro e pedi um pacote de fraldas com urgência. E fiquei ali, cercando a pequena para que o cocô não se espalhasse. A filha mais velha, que observava tudo aflitamente, começou a me dar sugestões estapafúrdias. Mas, perspicaz que é, salvou o dia ao lembrar-se de uma pacote de fraldas vagabundas que eu tinha dado a ela para usar nas bonecas. E enquanto procurava a salvação da lavoura na gaveta de brinquedos, ela vira para a irmã e sai com essa:
_Também, Clarice, como você é burra! Fazer cocô bem na hora que não tem fralda em casa?
Dei muita risada, mas depois fiquei pensando sobre a verdadeira burrice do dia: deixar o estoque de fraldas acabar (um clássico na minha vida de mãe de bebê), entrar no supermercado para comprar uma coisa e sair com várias outras, menos com a única coisa necessária (um clássico na minha vida de consumidora) e ainda ser salva pela brilhante idéia de uma garotinha de seis anos(o que começa a se tornar um clássico na minha vida de mãe de duas).

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Daí que a festa das mães - a tal sem os filhos, na escola - resultou numa experiência no mínimo surpreendente. Entre o chá da tarde e sorteios de prêmios, eu ganhei três vezes no bingo. Vejam bem, TRÊS vezes. Duas cinquinas e uma cartela cheia. Saí do salão com um celular novo e dois convites para almoçar num restaurante mineiro aqui da cidade. Tinha ganho mais um par de convites, mas me achando muito agraciada pela sorte, doei à amiga que padecia dos mesmos temores que os meus em relação à inofensiva comemoração.
Confesso que no começo eu tava achando a festa um saco. Mas depois que comecei a preencher cartelas e ganhar prêmios, passei a achar bingo uma diversão quase emocionante. A situação toda me despertou uma espécie de ambição. Hoje, quase consigo entender o que se passa com essas velhinhas viciadas em jogo. É certeza que elas se perdem no vício depois de alguma vitória arrebatadora. Porque nós, as pessoas que ganham em bingos, acabamos nos sentindo muito especiais.
Enfim, apesar de tanta euforia, não há risco de vício. Provavelmente, só vou voltar a preencher cartelas no dia das mães do ano que vem. Se as outras mães permitirem que eu participe, é claro. Porque, sério, se eu fosse elas, teria ficado com muita raiva de mim.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Só pode ser inferno astral. Passei a semana inteira pensando se assinava ou não o bilhete da agenda escolar da filha maior confirmando presença na atividade de Dia das Mães da escola. O prazo final era ontem e, depois de consultar os universitários em situação semelhante, botei meu nome no papel e mandei a taxa de 8 reais. Agora estou em pânico total porque a tal atividade especial é SEM OS FILHOS. O que significa, provavelmente, fazer coisas constrangedoras como abraçar desconhecidas, ouvir palestras sobre assuntos que não me interessam ou, pior - como prevê uma das universitárias -, participar de uma sessão de fotos com aberração, ops, produção. Parece bobagem, eu sei. Mas atire a primeira pedra quem nunca se lamentou antecipadamente pelo mico óbvio e certo e ainda pagou por isso. Atire.
Sabe quando é feriado e chove o dia inteiro, você programa um monte de passeios e nada dá certo, sua filha de seis anos precisa fazer alguma coisa legal porque ficou doente e não pode viajar com a avó e nem mesmo no shopping vocês conseguiram entrar porque todo mundo teve a mesma idéia e não havia vaga no estacionamento? Então. Foi o que aconteceu hoje por aqui. É por isso - e só por isso - que eu posso ter sido vista por volta das 18h30 na lanchonete do palhaço com uma filha comendo porcaria feliz e a outra se lambuzando de papinha artificial. O que a gente não faz para salvar o dia, hein?

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Você se dá conta que anda radicalizando demais no discurso quando, na fila para comprar um lanche infeliz e conseguir uma boneca Pucca na lanchonete do palhaço, sua filha de quase seis anos descobre que o estabelecimento vende maçãs e exclama: "nossa! é certeza que essa maçã é envenenada!".

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Com seis meses, a bebéia já caiu da cama e conseguiu se trancar dentro do carro. Outro dia, no sacolão, derrubou com os pés uma garrafa pet de dois litros cheia. E eu, mãe por cinco anos de uma única Pink Daughter de poucas artes e dada a filosofias, tô dando o maior duro para entrar em "modo Clari" definitivamente. Cada um é cada um, mesmo.
Na casa dos meus pais é assim: minha mãe cozinha e meu pai lava a louça. De férias por lá, eu arrumava a cozinha todo dia e em troca meu pai dava conta da Clarice. E minha mãe: "filha, deixa isso aí, você veio para cá descansar". E eu: "Pode acreditar que eu estou descansando atrás dessa montanha de louça, mãe. Pode acreditar..."

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Então, eu nem ia perder tempo com comentários bobos, porque afinal tenho trabalho para fazer, contas a pagar e filhas para criar. Mas num guento. Por isso, o negócio é o seguinte: esse BLOG e todos os outros que eu tenho/tive são diarinhos mesmo, com muito orgulho. Antes falar da minha vidinha besta com palavras interesantes do que me meter a escrever baboseiras pseudo-intelectuais recheadas de mediocridade.