terça-feira, 27 de novembro de 2007

Não sou uma pessoa das mais religiosas ou místicas, mas às vezes me emociono com as coisas da natureza. Genética, por exemplo. Agora mesmo eu tava achando incrível, mas incrível mesmo, o fato de a unha pequenininha do dedão do pé da minha filha mais nova ser igualzinha à unha já não tão pequena do dedão do pé da minha filha mais velha. Cortando unhas e pensando nisso... Não é mesmo incrível?

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Aí eu expliquei certinho para a menina de cinco anos - que acabou de ganhar uma irmã - como são feitos os bebês. Utilizei inclusive a palavra "encaixe" e fiz comparação com brinquedinhos Lego. Ela entendeu, mas não se satisfez. Filosófica, a menina de cinco anos queria saber mais. Queria saber como as mães das mães das mães dos bebês nasceram. Eu disse que do mesmo jeito. Com pais namorando e "encaixando". Mas não era isso. Ela queria saber sobre a origem da vida. Aí, mais uma vez encurralada pelas intermináveis perguntas dos cinco anos, expliquei toda a teoria da evolução para ela. Desde o Big Bang até os primeiros primatas e o que veio depois. Ela ficou maravilhada e eufórica com a explicação. "Era isso que eu queria saber, mãe. Era isso que eu não tava entendendo. Era isso que eu tava te perguntando desde aquele dia". Antes de dormir, ela me pediu para contar de novo a história "dos macacos que começaram a pensar". Contei, contei de novo e fiquei pensando que as escolas de educação infantil - muitas vezes com aulas de religião na grade curricular - deviam oferecer também noções de antropologia aos pequeninos.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Na infância, meu objeto de desejo tecnológico impossível era um dispositivo com botão para apertar que, em segundos, deixasse a criança pronta para dormir com banho tomado e dente escovado. É que eu começava a ler na cama antes de fazer essas coisas e todo dia tinha que me levantar, na maior preguiça, para concluir o trabalho chato. Os anos passam e eu continuo divagando sobre tecnologias improváveis. Já pensou, por exemplo, num controle remoto para colocar duas meninas em suas respectivas cadeirinhas de automóvel, com todos os cintos presos e ajustados depois de apenas um botão acionado?

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Amo minha condição de interiona. Tenho simpatia até mesmo pelo nosso tão desvalorizado sotaque, com o "R" bem puxado. Só tem duas coisas comuns aqui no interior que não consigo falar. Uma delas é "gorfar", sinônimo daquela vomitadinha que o bebê dá depois de mamar. O certo é golfar, mas na terra roxa todo mundo fala "gorfar". Todo mundo menos eu, porque é muito feio. Aí eu falo regurgitar, que é menos pedante que "goLfar" e não é errado como "goRfar". Fica certo sem ser metido. Aqui a gente também tem mania de misturar singular com plural. Por exemplo: "tinha três bicleta, lá, mas eu só vi os dois menino". Eu às vezes omito os plurais, por pura força do hábito. Mas não consigo chegar na padaria e pedir "deiz pão franceis". O duro é que também não rola falar do jeito certo, "dez pães franceses", porque aí todo mundo iria me achar muito nariz empinado. Acabo pedindo "dez pães". E se o atendente pergunta de que tipo, eu complemento com "franceses". É uma forma de diluir o pedantismo sem falar errado. Foda isso, viu?

domingo, 7 de outubro de 2007

Todos os dias, pontualmente às 19 horas, Clarice chora histericamente de sono. Mesmo quando ela já está dormindo, acorda para chorar. Ceci, no mesmo horário, pontualmente, faz cocô e fica nos chamando histericamente para limpá-la. Eu não tinha noção, até agora, de que uma das coisas mais difíceis do mundo é limpar uma menina grandinha sem poder colocar o bebê no berço. Não posso ficar sem marido até uma das duas mudar o ritual. Sério.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A verdade

Depois do blá-blá-blá aí de baixo, o verdadeiro motivo da mudança: é que o blogger.com é bem melhor que blogger.com.br!

Velhos assuntos em novo tempo

Eu não entendia porque as pessoas acabam com blogs para começarem outros. Não é mais natural apenas mudar de assunto (ou não) num lugar que todo mundo já conhece? Eu até tentei fazer isso. Mas não rola. Porque blog tem a ver com a fase da vida que a gente tá vivendo. Aí, quando a vida muda, o template, as configurações, os arquivos e etc perdem um pouco de sentido. Quando comecei o Life is life, eu era uma figurinha fácil do mundo da noite que tentava se adaptar a uma rotina de casa, trampo e filha. Um monte de coisas que faziam a maior diferença, naquele tempo, hoje já não fazem tanta falta. Por outro lado, com o nascimento da Clarice, minha bebéia de dois meses, eu passei a ter família "grande" e assumi de vez minha condição de matriarca do clã. O que não significa que tenha deixado de me considerar uma pessoa, assim, super de vanguarda. A essência é a mesma. Mas a imagem, e principalmente minha auto-imagem, é outra. Eu disse, uma vez, que queria ter um segundo filho para saber como é ser mãe depois de ser mãe. Atualmente, em plena licença-maternidade, estou maravilhada com essa condição. Por isso o nome do blog (o que não significa que seja um diário sobre maternidade e coisas afins). Então é isso. Por enquanto estou por aqui, mas já sabendo que nada é eterno na blogosfera.