terça-feira, 13 de julho de 2010



A moda sempre me causa estranheza quando faz releituras de conceitos que me são muito próximos. Tachas, por exemplo. Me parece estranho comprar, em lojas, roupas e acessórios enfeitados por umas pecinhas de metal que em nada se parecem com os bons e velhos cintos e braceletes de "rebites" do passado. E as vitrines cheias de roupas sexies revestidas de sei-lá-o-quê metalizados? Me dão uma certa vergonha alheia. Assim como as meigas sapatilhas de tachinhas que pipocam nas mais tradicionais lojas do ramo. Sem falar em calças já rasgadas e shorts de barras dobradas, porém costuradas e bem acabadas.
Tanta indignação é coisa de gente velha, eu sei. Mas a vida é assim, quanto mais experiências a gente vivencia, menos novidades vê nesses fenômenos comerciais. Não tenho nada contra as pessoas comprarem e usarem as roupas punks da Renner ou da C&A, muito pelo contrário. Se a releitura for válida, até eu sou capaz de comprar qualquer coisa só para me divertir. O problema é que fico sem parâmetros sobre o que achar legal e o que é demais pra mim.
Por isso, hoje, passeando pelo comércio popular de Londrina, criei um novo modo de avaliar as peças respondendo a uma pergunta básica: Debbie Harry usaria? Tudo bem que ela já deve ter seus 60 anos. Mas a pergunta retrocede à época em que Debbie era líder do Blondie e, por consequência, uma das criaturas mais cool do final dos anos 70 e início dos 80.
Eu era criancinha nessa tempo. Anos depois, entretanto, elegi Debbie como máxima referência quando o assunto são tachas e afins. Mesmo hoje, já sexagenária, a musa continua me orgulhando. Me parece que ela soube envelhecer sem ser ridícula, coisa que também preciso aprender a fazer. Mas isso é assunto para outra hora. O que importa, agora, é que já sei como decidir diante de vitrines cheias de sapatilhas de tachas, terninhos punks e coisas do gênero: se Debbie Harry usaria, eu também usaria.