quarta-feira, 18 de junho de 2008

Primeiro, eu saio do trampo e passo no supermercado para comprar fraldas. Aí, compro pão, suco, doce de leite e leite. Pago e vou embora. Sem as fraldas. Chego em casa e constato a cagada (ou melhor, a cagada que estava por vir). Sem uma fralda no pacote, torço para que elas não sejam necessárias durante as próximas duas horas, quando maridón chegaria para me salvar. Mas, como pão de pobre sempre cai no chão com a manteiga para baixo, é óbvio que bebéia olhou para mim, se encaminhou para o sofá, levantou-se sorrateira, fez um leve esforço que deixou suas bochechinhas vermelhas e pronto: a merda literalmente estava feita. Liguei correndo para a farmácia do bairro e pedi um pacote de fraldas com urgência. E fiquei ali, cercando a pequena para que o cocô não se espalhasse. A filha mais velha, que observava tudo aflitamente, começou a me dar sugestões estapafúrdias. Mas, perspicaz que é, salvou o dia ao lembrar-se de uma pacote de fraldas vagabundas que eu tinha dado a ela para usar nas bonecas. E enquanto procurava a salvação da lavoura na gaveta de brinquedos, ela vira para a irmã e sai com essa:
_Também, Clarice, como você é burra! Fazer cocô bem na hora que não tem fralda em casa?
Dei muita risada, mas depois fiquei pensando sobre a verdadeira burrice do dia: deixar o estoque de fraldas acabar (um clássico na minha vida de mãe de bebê), entrar no supermercado para comprar uma coisa e sair com várias outras, menos com a única coisa necessária (um clássico na minha vida de consumidora) e ainda ser salva pela brilhante idéia de uma garotinha de seis anos(o que começa a se tornar um clássico na minha vida de mãe de duas).