quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Amo minha condição de interiona. Tenho simpatia até mesmo pelo nosso tão desvalorizado sotaque, com o "R" bem puxado. Só tem duas coisas comuns aqui no interior que não consigo falar. Uma delas é "gorfar", sinônimo daquela vomitadinha que o bebê dá depois de mamar. O certo é golfar, mas na terra roxa todo mundo fala "gorfar". Todo mundo menos eu, porque é muito feio. Aí eu falo regurgitar, que é menos pedante que "goLfar" e não é errado como "goRfar". Fica certo sem ser metido. Aqui a gente também tem mania de misturar singular com plural. Por exemplo: "tinha três bicleta, lá, mas eu só vi os dois menino". Eu às vezes omito os plurais, por pura força do hábito. Mas não consigo chegar na padaria e pedir "deiz pão franceis". O duro é que também não rola falar do jeito certo, "dez pães franceses", porque aí todo mundo iria me achar muito nariz empinado. Acabo pedindo "dez pães". E se o atendente pergunta de que tipo, eu complemento com "franceses". É uma forma de diluir o pedantismo sem falar errado. Foda isso, viu?

2 comentários:

Anônimo disse...

putz. essa do pão é um drama pessoal pra mim, sabe?

Anônimo disse...

devo confessar que fico um pouco neRvosa quando tenho que falaR meu nome. peguei mania de dizeR karrla meio paulistana (mas não da móoca, meu). em são paulo todo mundo entende que é uma belezinha. por aqui, só me faço compreendeR quando repito kaRla.