quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Ainda divagando sobre o tempo, ele passa rápido e devagar. Essa semana, no trabalho, uma pauta derrubada paralisou o relógio às 10 horas. A ronda policial, os servicinhos burocráticos de todo dia, o café e as lições sobre o sistema editorial ao novo colega não foram capazes de mover os ponteiros para além das 11 horas.
Em casa, vasculhando em roupas guardadas - na época - para um possível segundo filho, fiquei em dúvida se aqueles vestidos e shorts enormes, comprados quando Ceci já não era bebê fazia tempo, serviriam na menininha que há pouco usava fraldas. Chamei Clari para experimentar e – quase de costas no chão – constatei que muitos conjuntinhos tamanho 4 estavam prestes a ficarem apertados.
Coloquei as roupas na máquina de lavar e, na volta, me deparo com Ceci ensimesmada, rodeada por uma boneca, uns retalhos de tecido, brinquedinhos e pedaços de papel cheios de bilhetinhos e notas sobre assuntos importantes do tipo hannah montana, high school musical e esquiletes.
Me dei conta que a menina de quase oito anos é tão independente que tornou-se capaz de passar o tempo sozinha, envolta nos próprios pensamentos. Antes “grudenta”, ela agora se distrai por conta própria, num universo paralelo que não mais me pertence. Paro na porta do quarto e fico observando a veterana do ensino fundamental que há três ou quatro anos desfilava as roupas da sacola de guardados. E, de repente, os vestidos e shorts enormes me pareceram muito, muito pequenos.

2 comentários:

Paloma Varón disse...

Que lindos posts estes dois últimos, fiquei feliz que vc tenha voltado e exprima tão bem o que a gente sente em relaçao a tempo x filhos.

Carol disse...

Obrigada:))
Vamos se continuo com pique para postar sempre, né?